quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O presídio em Florínea

Lamentavelmente, continuam as obras do presídio em Florínea, obras estas conquistadas através de um instrumento jurídico impetrado pelo governo do Estado de São Paulo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). As obras deste presídio haviam sido suspensas graças a atuação dos advogados Ednei Fernandes e Ednei Silvestre que conseguiram que as obras fossem suspensas. Todavia, após decisão preliminar no STF, as obras prosseguiram e estão em estado avançado. A questão que fica é a seguinte: se posteriormente o STF entender que este presídio não pode ser construído, como vai ficar? 
Infelizmente, o governo Alckmin olha para esta região do Estado - a segunda mais pobre, só perdendo para o Vale do Ribeira - objetivando construir presídios. Nunca uma região conta com tantos presídios. Há presídios em Bernardino de Campos, Ourinhos, Assis, Paraguaçu Paulista, Presidente Prudente, Presidente Venceslau e Presidente Epitácio, sem contar uma unidade da Fundação Casa em Marília e outra em Lins, e um outro presídio em Marília. 
Este presídio em Florínea vai trazer sérios problemas para a região de Assis. O índice de violência que já é alto, turbinado pelo elevado consumo de drogas, vai ficar ainda maior. Muitas pessoas vão correr riscos com mais este presídio e a tendência é que a violência aumente ainda mais. Infelizmente, esta é uma realidade que teremos de conviver. Quando se constrói um presídio, e se coloca cerca de mais de mil presos, junto vêm os familiares destes detentos que vão morar nas periferias das cidades. Neste caso, a tendência é que fiquem em Assis.
Isso significa um impacto econômico e social no município muito grande. Teremos que investir em novas creches, em mais vagas nas escolas, aumentar o atendimento no já deplorável sistema de saúde do município, e assim por diante. Além disso, é uma demonstração da fraqueza das autoridades regionais que aceitaram este presídio goela abaixo, sem protestarem. Imagino o Civap batendo o pé contra o presidio se o governador Alckmin teria peito de enfrentar os prefeitos da região. Claro que não! Porém, isso não aconteceu e vamos ter que conviver com mais um presídio que trará uma série de problemas, não só para Assis, mas para todos os municípios da região. 
Infelizmente, o silêncio impera nesta questão e ninguém fala nada. A imprensa local deveria debater este assunto com mais profundidade, pois é um tema que interessa a todos. Daqui a pouco, vão começar a trazer presos para este novo presídio em Florínea, sem que ninguém saiba. Isso porque um "presente de grego" destes, ninguém vai querer realizar solenidade de inauguração. 

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