terça-feira, 29 de julho de 2014

A imprensa que baixa a cabeça

Durante a visita do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em Assis na semana passada, a imprensa local - e regional - ofereceu novamente um triste espetáculo, a exemplo do que acontece nacionalmente. A imprensa local serviu apenas ao "oba-oba" do governador que veio apenas para fazer campanha política e "vistoriar" obras que estão sendo construídas pelo governo do Estado, como o Poupatempo ou a futura sede da Terceira Idade. Na verdade, são obras que estão longe de estar acabadas e vão demorar algum tempo para ser inauguradas. Entretanto, o governador veio com uma grande comitiva apenas para fazer "política". 
Desde a imprensa local (e regional) colocar o governador na parede como faria qualquer bom jornalista, atuou como se fosse representante do press-release do Palácio dos Bandeirantes. Simplesmente faz aquelas perguntas óbvias e irritantes. É algo lamentável que lança ao descrédito cada vez mais a imprensa. Somente a repórter Dagmar Marciliano teve coragem de perguntar ao governador (que se irritou) sobre o Medex. Afinal, o governo do Estado está terceirizando esta central de medicamentos que funciona na sede do Hospital Regional e vai trazer grandes prejuízos para toda a comunidade regional. 
Do contrário, aquela ladainha de sempre. E o governador, com seus apaniguados políticos, deita e rola. Também quem manda ter uma imprensa subserviente como a de Assis. É correto dizer que não só a imprensa de Assis que é subserviente, mas a brasileira de uma forma geral, quando se trata do PSDB. A imprensa local poderia colocar na parede o governador questionando-o sobre os investimentos que são realizados na cidade pelo governo do Estado que é praticamente zero. Ou mesmo o fato do governo estadual lotar esta região de presídios que só trazem mais violência às pessoas que moram no Vale do Paranapanema. 
Ou então, a rodovia Raposo Tavares pedagiada onde os motoristas sofrem para pagar valores cada fez maiores, encarecendo, sobretudo, os produtos que chegam às mesas dos brasileiros. Uma rodovia duplicada e com obras de arte que teve melhorias com recursos públicos, e depois entregue praticamente de graça para uma concessionária que ganha rios de dinheiro, a exemplo do que acontece com outras concessões espalhadas pelo Estado de São Paulo. 
Ou mesmo, a violência que aumenta a cada mês no Estado de São Paulo, trazendo dores para inúmeras pessoas que sofrem as agruras de tal fenômeno. Os repórteres poderiam questionar o governador sobre este crescimento da violência que vem aumentando a cada ano, com o PCC atuando de forma absurda, nos presídios paulistas há muitos anos. Na verdade, o governo do Estado é refém deste estado imposto pelo PCC. 
Porém, os repórteres preferem o bom mocismo e não questionam o governador como deveriam fazer. Por isso, temos uma imprensa atrelada aos poderes públicos local e regional e fazem o serviço. Bem pago, por sinal. 


terça-feira, 22 de julho de 2014

O escândalo do "Aécioporto"

O jornal "Folha de S. Paulo" publicou no final da semana passada matéria denunciando que o governo do Estado de Minas Gerais, então sob o comando de Aécio Neves, construiu um aeroporto na fazendo do seu tio na cidade de Cláudio. A obra custou cerca de R$ 14 milhões. É algo absurdo porque se trata de uma cidade de apenas 28 mil habitantes, localizada próxima de Divinópolis, que possui um moderno aeroporto capaz de atender toda a demanda regional. Entretanto, a reportagem da "Folha" não foi a fundo sobre o que motivou Aécio a construir um aeroporto na fazenda do seu tio. Na verdade, se trata de um aeroporto inacabado, com uma enorme pista para pouso e decolagem. 
Nunca faltou denúncia contra Aécio Neves. Houve investigações no Ministério Público, na Justiça, mas nada nunca alcançou a grande mídia nacional, o que permitiu à mídia mineira esconder tudo. Nesse contexto, a manchete de primeira página da última edição dominical da "Folha de S. Paulo" contra Aécio Neves deve seguir o roteiro de outras oportunidades em que aquele jornal fez uma denúncia "fraca" contra um tucano para que denúncia "forte" contra petista ganhasse credibilidade. 
O caso mais revoltante dessa estratégia da "Folha" ocorreu no fim de 2009, a cerca de um mês do ano eleitoral em que Dilma Rousseff, com o apoio de Lula, derrotou o tucano José Serra. Míseros 12 dias separaram notícia fraca contra Fernando Henrique Cardoso  de um ataque virulento e imoral contra Lula. 
Após 18 anos do nascimento do filho do ex-presidente tucano com uma jornalista da Globo um grande órgão de imprensa publicou história que todos os que se interessam por política sabiam havia muito, graças à imprensa "alternativa". E, mesmo assim, porque FHC decidiu assumir publicamente o filho. 
Em 15 de novembro de 2009, a "Folha" publicou a matéria "FHC decide reconhecer oficialmente filho que teve há 18 anos com jornalista", assinada pela colunista Mônica Bérgamo. Apesar de não ser exatamente uma "denúncia", a notícia (velha) tinha um quê de negatividade para o ex-presidente tucano. Afinal, ele cometera traição à esposa, Ruth Cardoso, que falecera um ano antes. Mas graças às suas boas relações com a mídia, o tucano conseguiu manter o caso escondido por quase duas décadas.
O que mais impressiona nesse episódio é que entre o dia em que foi feita a "denúncia" contra FHC e o dia em que a "Folha" publicou um ataque asqueroso contra Lula, passaram-se míseros 12 dias. No dia 27 do mês mesmo de novembro de 2009, a "Folha" publicou "análise" de um sujeito chamado "César Benjamin" sob a rubrica "Especial para a Folha". Não se tratava de análise alguma, mas de um ataque criminoso. 
Agora, esta mesma "grande mídia" critica a ANAC que vai investigar esta denúncia pública de uso irregular de um aeroporto. Até o momento não há nenhuma relação ou evidência de que o caso do helicóptero apreendido com 600 quilos de cocaína e que era da família Perrela possa ter alguma conexão com a construção de um ou mais aeroportos em Minas de maneira pouco convencional. 
Aécio precisa acostumar-se à ideia de que este país é uma República, não uma fazenda. E se preparar para o que vem por aí. É inevitável o questionamento dos gastos milionários em um aeroporto que é somente uma pista de asfalto completo, com capacidade de receber Boeings 737 da aviação comercial. Embora não muitos, vão existir jornalistas que o indaguem sobre isso. 



terça-feira, 15 de julho de 2014

Assis precisa de um banho de loja

Quem caminha pelas ruas de Assis fica assustado com a situação da cidade. Assis está uma cidade suja e abandonada em todos os aspectos. Os bairros apresentam calçadas com matos e o pior são os lixos jogados nas ruas e em terrenos baldios. Este cenário é comum em todas as ruas e em todos os bairros. É algo dantesco e a Prefeitura tem a responsabilidade de cuidar dos bairros. Entretanto, não é isso o que acontece. Ao contrário, temos uma cidade suja que traz uma paisagem nada agradável aos visitantes que por aqui passam. 
Diante disso, a administração municipal deve assumir suas responsabilidades e cuidar melhor do aspecto visual da cidade. Nada mais agradável para qualquer visitante - ou mesmo habitante - do que observar uma cidade bem cuidada. Não cuidar bem de uma cidade é o mesmo que deixar sua casa suja e abandonada. Anteriormente, citamos alguns exemplos de iniciativas que poderiam ser adotadas em Assis. Porém, tais sugestões caem no esquecimento e somem ao sabor dos ventos. 
Citamos já por várias vezes o caso da cidade de Ponta Grossa, no Estado do Paraná, que promove a cada mês um dia de limpeza da cidade. Toda a população é envolvida e no dia escolhido, a cidade passa por um banho de loja. A cidade fica limpa e extremamente agradável para as pessoas que lá moram ou aquelas que a visitam. Se fosse feito um trabalho de marketing e divulgação junto a população, envolvendo escolas, clubes de serviços e outros órgãos públicos, temos certeza que o resultado seria o melhor possível. Basta ter vontade política e envolve os mais diferentes segmentos da administração pública municipal. 
Outra sugestão é aquela adotada pela cidade de Sorocaba. Aliás, é um exemplo de uma cidade administrada pelo PSDB, o mesmo partido do prefeito de Assis. A Prefeitura fez um convênio com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e envolve os presos. Por este convênio, os presos lotados na penitenciária da cidade, principalmente aqueles de bom comportamento, são utilizados para a limpeza urbana da cidade. Eles capinam os matagais nas mais diferentes ruas dos bairros. 
Uma pessoa da SAP acompanha o trabalho dos detentos, e desde que esta iniciativa foi colocada em prática, desde então nunca aconteceu qualquer problema. Os presos trabalham normalmente, nunca houve uma tentativa de fuga e em horário de almoço, um veículo da penitenciária traz os marmitexes para que os presos possam se alimentar. Ao contrário, os presos preferem esta alternativa a ficarem trancafiados em celas. Eles recebem um salário que é repassado aos seus familiares. E a cada dia trabalhado, o preso é beneficiado com um dia de redução de sua pena. 
São iniciativas que poderiam ser adotadas na cidade, assim como várias outras que são colocadas em prática nos mais diferentes municípios brasileiros. Em recente reportagem publicada em um dos portais de notícias na Internet, diz que um prefeito ou município não necessita criar novas iniciativas, basta, apenas, copiar outras já adotadas nos mais diferentes municípios do Brasil. Mas, para isso, é necessário ter vontade política. Caso contrário, teremos que conviver com este cenário horroroso que Assis apresenta aos seus habitantes e visitantes. Ou seja, uma cidade suja, mal cuidada e com lixos jogados por toda a parte. 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Frente contra Ricardo Pinheiro

Um fato político de extrema relevância foi registrado no último sábado, 4, em Assis. A visita do deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Cláudio Marcolino, foi acompanhada da filiação da professora Ângela Canassa e do seu grupo político que esteve presente com ela nas últimas eleições municipais ao PT e a visita do ex-prefeito Ézio Spera (PSD) que anunciou publicamente seu apoio às candidaturas da presidente Dilma Rousseff; de Alexandre Padilha, ao governo do Estado; e a de José Fernandes para deputado estadual. 
O vinda de Ângela Canassa e do seu grupo político, e o apoio de Ézio Spera, prenuncia uma frente política contra o atual prefeito Ricardo Pinheiro que poderá ter desdobramentos para as próximas eleições municipais. Isso porque, caso José Fernandes tenha uma votação expressiva nas eleições de outubro, automaticamente fica credenciado como um forte candidato à sucessão de Pinheiro. 
A partir daí, novas forças políticas se agregarão ao nome de Fernandes, o que trará um efeito cascata, trazendo prejuízos imensuráveis às pretensões do atual prefeito à reeleição. Além disso, a atual administração não vem sendo bem avaliada pela população que vem reclamando sistematicamente dos serviços prestados pelo governo municipal em todos os sentidos. A atual administração não vem conseguindo um grau de dinamismo que a população deseja. O descontentamento é geral, apesar do prefeito contar com o beneplácito de toda a mídia local. 
Outro fator preponderante é que o prefeito encontra enormes dificuldades na Câmara Municipal com uma oposição sistemática e críticas constantes ao seu governo, com destaque para o ex-tucano Eduardo de Camargo Neto e o vereador Gordinho da Farmácia. Além disso, os dois vereadores do PT - Reinaldo Nunes e José Luiz Garcia - também entraram na onda e as críticas aumentam de intensidade em todos os sentidos. Outros vereadores também fazem críticas constantes aos descaminhos da atual administração que não vem atendendo aos reclamos populares. 
Talvez, o maior trunfo do PT é, sem dúvida, a presença do ex-prefeito Ézio Spera na campanha eleitoral deste ano. Com todo o desgaste proveniente de dois governos seguidos, Ézio é extremamente popular, principalmente com o seu trabalho de médico. Ele consegue uma identificação muito grande com a população e isso redundará em significativo apoio para José Fernandes e ao PT de uma forma geral. Esta foi uma grande jogada que trará grandes dividendos políticos aos petistas. 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Definidos os candidatos de Assis

Após as convenções dos partidos, finalmente ficou definido os candidatos a deputados que disputarão as eleições de outubro. José Fernandes, pelo PT; Fabiano Morelli, pelo PSC; João Merlim, PMDB; e Timba, DEM. É importante lembrar que os três primeiros candidatos estarão concorrendo a uma vaga à Assembleia Legislativa, enquanto Timba concorre para deputado federal. 
As possibilidades de algum dos candidatos ser eleito são pequenas. Talvez, aquele que reúne as maiores chances é o candidato do PT, José Fernandes. É possível que Fernandes ultrapasse a casa dos 20 mil votos, entretanto, para uma legenda forte como é o caso do PT, esta quantidade de votos não é suficiente para elegê-lo. 
Entretanto, pode haver surpresas e Fernandes obter uma votação elevada, o que fortaleceria ainda mais a sua candidatura a prefeito nas próximas eleições municipais. Afinal, Fernandes vem de uma campanha municipal recente e o seu nome ainda está no imaginário dos eleitores. Diante disso, tem boas chances de obter uma votação expressiva. 
Porém, o que é de se lamentar é que a região conta com um colégio eleitoral capaz de eleger um deputado estadual e até mesmo um federal. Entretanto, a maioria destes votos são direcionados para candidatos de regiões distantes pouco preocupados com os problemas existentes em Assis. Na verdade, estes candidatos querem simplesmente os votos da população regional e depois desaparecem. Ou mesmo, ficam ofertando migalhas para o município. 
Um candidato que já está atuando forte em Assis e região é o deputado de Presidente Prudente, Mauro Bragato, do PSDB. Este deputado recebe boas votações em Assis e região, entretanto, nunca oferece nada de importante ao município. Pelo contrário, o que é importante ele encaminha para Presidente Prudente. 
Diante disso, está mais do que na hora dos eleitores da cidade e região votarem em candidatos locais. Somente eles vão trabalhar efetivamente pela macrorregião de Assis.