quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Jornalismo porco e vagabundo

"Como você conheceu a Marcela?" é a pergunta-síntese da desintegração ética do jornalismo brasileiro. O espetáculo oferecido por “jornalistas” marrons do Roda Viva, transmitido pela TV Cultura, na entrevista com Michel Temer, é algo lamentável e só pode ser considerado “porco e vagabundo”. Este é o jornalismo que permeia a imprensa atual, chapa branca, que fala bem porque é bem pago. É importante lembrar que os melhores jornalistas brasileiros hoje estão fora da imprensa porque foram perseguidos justamente em função de dizer a verdade. Hoje temos capitães do mato no jornalismo que fazem o serviço sujo do senhor de engenho da imprensa.
Mas voltemos as perguntas, como essa de como ele conheceu Marcela. Primeiro, porque é absolutamente irrelevante. O cara é considerado ilegítimo por imensa parcela da população (e É); sua vida romântica não importa. Como ele é um golpista abominado pela população - até mesmo por quem não gostava de Dilma -, não dá entrevistas e, assim, esta seria uma oportunidade ímpar para que jornalistas de verdade pudessem questioná-lo sobre a gravação do "ministro" Jucá no qual este planeja o golpe; sobre os 23 milhões de caixa 2 depositados na conta do "ministro" Serra; sobre o cheque de um milhão em seu próprio nome, e assim por diante. "Ah, mas eles perguntaram sobre o cheque!". Não, eles TOCARAM NO ASSUNTO, o que é bem diferente. Questionar é fazer perguntas complementares, apontar as provas que desmentem a resposta e, principalmente, voltar ao assunto se o entrevistado tenta desviar o foco da conversa.
Em vez disso, os "jornalistas" (haja aspas pro Brasil de hoje) preferiram fazer perguntas adolescentes que seriam bem mais apropriadas em uma matéria de Caras.
Em segundo lugar, fizeram uma pergunta cuja resposta todos sabem: ele conheceu a esposa quando tinha 60 anos e ela, filha de um amigo, era menor de idade. O único propósito da pergunta, portanto, era o de tentar "humanizá-lo". E quem faz isso não é jornalista, é um Relações-Públicas.
Não é à toa que, após a entrevista, Temer, o Pequeno, gravou um vídeo no qual agradeceu pela propaganda. E, sim, ele disse "propaganda". Porque maior do que a falta de caráter de nossa imprensa é a cara-de-pau de sua criação.


sábado, 12 de novembro de 2016

Somos brasileiros que não pertencemos mais a este país

Este turbilhão de canalhices que está sendo feitos por este governo golpista me faz sentir, em algumas vezes, como se outro país tivesse invadido o Brasil. São medidas extremamente desnacionalizantes, embrutecimento do jogo contra trabalhadores e a população em geral, com a retirada de inúmeros direitos, entre outros absurdos. E tudo isso acontecendo como se tivéssemos vivendo uma “censura”, já que os principais meios de comunicação fazem o jogo sujo de esconder toda esta safadeza do povo brasileiro. Como disse anteriormente, a sensação é que o povo brasileiro tomou Rivotril e assiste tudo passivamente, com exceções aqui e acolá. Alias, vários ficam nervosos quando você critica o atual quadro do país, e mandam você para Cuba. Bobos, não sabem que os sistemas de saúde e de educação de Cuba são os melhores do mundo. Apesar de ser pessoas com cursos universitários, sofrem a lavagem cerebral de Rede Globo et caterva.
Nunca se concentrou tanto a riqueza – porque tirar dos pobres o serviço público não é outra coisa – e nunca se a transferiu tanto para fora, ou ao menos não com tamanha desfaçatez. A questão do pré-sal é algo assombroso. Simplesmente estamos dando o nosso passaporte para o futuro para as multinacionais se enriquecerem e oferecerem um ótimo nível de saúde aos povos de seus países de origem. E tem gente, que de forma burra, aplaude isso. Mas é agora que estamos no caminho “certo”.
Tem uma tal de PEC – antes 241, agora 55 – que vai limitar por 20 anos investimentos na educação e saúde, o que será uma tragédia para o país e nos levará para índices africanos, com pessoas morrendo nas ruas e estudantes sem escolas, já que o objetivo é privatizar o ensino, entregando a educação para as famigeradas OSs. Mas, isso não importa. O problema foi o Bolsa Família, foi este desastroso aumento do salário mínimo, esta porcaria do petróleo do pré-sal, foi a Copa, foi a distribuição de renda!
Parafraseando o grande jornalista Fernando Brito – este sim, jornalista na acepção da palavra, não estes capitães do mato que moram hoje nas redações para fazer o jogo sujo da chamada “grande mídia” , “ainda bem que nos vieram estes rapazes imberbes e cristãos, sofridos nas duras necessidades de quem tem de viver com a mixórdia de R$ 25 ou 30 mil por mês, que recebem auxílio para morar nas casas que são suas e que são pilares de Justiça e da Fé para nos redimir destes “monstros”.
Agora, sim, temos um país a caminho da felicidade, comandado por uma nulidade que, entretanto, é capaz de dizer obviedades com pompa e, num gesto de mão, espantar os críticos como quem espana moscas.
Temos uma crise, mas é certo que sairemos dela, certo que com a educação destruída, os hospitais abandonados, o Estado retalhado e vendido e os homens e mulheres – sabemos todos que a tecnologia nos tornou menos produtivos que nossos avós – tendo de trabalhar quase até o último suspiro de suas existências.
Trabalhar, sim, porque isto faz bem às costas doloridas, às pernas manquitolas e à alma exausta, desde que por mais horas por semana e menos salário no mês. Diante disso, você se sente um estrangeiro no seu próprio país, porque tenho esta deformação ideológica – comunista, por certo – de pretender que este seja um país autônomo, que as pessoas sejam essencialmente iguais em direitos e que a finalidade do conhecimento, do progresso econômico e da civilização seja a de nos livrar do sofrimento, da necessidade, da barbárie, da selva e da exibição de presas, como fazem os cães.
Não é o Brasil que não pertence aos brasileiros. Somos os brasileiros que não pertencemos mais a este Brasil.

MINISTRO DA SAÚDE, JOSÉ FERNANDES E ONCOLOGIA NO HR – É gratificante e merece aplausos a atitude do prefeito eleito, José Fernandes (PDT) em ir até Brasília conversar com o ministro (?) – ou mascate - da Saúde, Ricardo Barros, para aguardar até janeiro a manutenção do serviço de oncologia no Hospital Regional de Assis. Todavia, imagino que não deva ter tantas esperanças assim. Leia a entrevista que este energúmeno deu à BBC de Londres sobre a questão da saúde pública no Brasil.
Este “mascate” da saúde, diz com todas as letras, que os que desejam um sistema de saúde que atenda todos os segmentos da população – “não são técnicos, nem especialistas, são ideólogos que tratam o assunto como se não existisse o limite orçamentário, como se fosse só o sonho”. Ele defende à BBC, simplesmente, a parceria público-privado na saúde. Aliás, desde quando saúde privada no Brasil é saúde privada, se boa parte dela é paga pelo Estado brasileiro na forma de isenção tributária, que chega a R$ 20 bilhões e representa quase um quarto do orçamento do Ministério da Saúde?
Parceria público-privada é isso aí e se o senhor quiser saber como é lucrativo, pergunte ao notório banqueiro André Esteves, que ganhou um dinheirão comprando planos de saúde e vendendo a conglomerados estrangeiros…
Mas isso ele sabe, tanto que chamou as seguradoras de saúde para ajudar a montar uma proposta de “planos de saúde acessíveis”, com cobertura de atendimento reduzida, para o público de menor renda.
O ministro pode não entender nada de saúde ou de humanidade, mas de negócios, entende. Diante disso, imagino que o futuro prefeito de Assis não acredite que este ministro que defende abertamente a entrega da saúde pública ao setor privado vai fazer esforços para manter o serviço gratuito de oncologia no Hospital Regional de Assis.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Colocaram rivotril na água dos brasileiros

É inacreditável o número de medidas que o governo federal realiza e ninguém se mobiliza, aceita tudo passivamente, sem tomar qualquer atitude. O único setor que enfrenta corajosamente esta situação são os estudantes, tanto os universitários (setor público) quanto os secundários. A proposta do governo federal de repassar a conta da sua má gestão para o cidadão, principalmente o mais pobre, é assustador.
O que é mais espantoso ainda com a passividade dos brasileiros.  O que se deve questionar é a seriedade da proposta governamental, pois é difícil compreender como o poder público pode manter tanta mordomia e excessos numa situação de grave crise. O Estado deveria suspender a utilização de carros oficiais, paralisar os contratos de marketing, interromper o pagamento de passagens aéreas e diárias de viagens, suspender o pagamento de gratificações de todo tipo e etc, enfim, cortar na própria carne.
Para o Estado é mais fácil diminuir o número de famílias que são atendidas pelo Bolsa Família ou cortar estudantes beneficiados pelo FIES do que suspender a utilização de centenas de carros oficiais com seus respectivos motoristas. Afinal, a população pode ficar sem comer, mas um secretário de estado, um deputado, magistrado, ou procurador, não pode andar no seu próprio carro ou utilizar táxi ou Uber.
O governo deveria elevar, sem possibilidade de repasse para preços, os impostos dos mais ricos, dos bancos, das indústrias automobilísticas e farmacêuticas e das empresas que se beneficiaram de isenções fiscais, ao invés de sobrecarregar justamente os funcionários públicos e aposentados, que já se encontram no limite de seus gastos.   Há ainda casos de municípios que pagam um adicional aos seus vereadores para que possam comprar o seu paletó e o dos magistrados que ganham um auxílio para pagar a faculdade dos seus filhos.
Aprovaram o projeto, embutido nesta maldita PEC 55, que não vai haver mais reajuste ao salário mínimo. Será que os brasileiros têm conhecimento disso? Aprovaram a partilha do pré-sal, uma riqueza inestimável que agora será explorada pelos saqueadores estrangeiros, e no outro dia, o golpista Michel Temer, recebe o presidente da Shell. É um acinte e uma bofetada na cara dos brasileiros. Parece que somente as pessoas mais esclarecidas é que têm noção do que vem acontecendo no Brasil. Quando os brasileiros acordarem desta longa noite de sono, vão saber que estarão no inferno na acepção da palavra.

Só com muita mobilização social, ocupando as ruas de forma organizada e contundente é que se poderá mudar o panorama. Ah, mas o Rivotril que dão ao brasileiro não está na água, e sim aplicado à conta gotas pela Rede Globo, Folha, Estadão, Veja, e outras porcarias semelhantes. 

domingo, 16 de outubro de 2016

Brasil vive estado de exceção e a democracia vai para o ralo

Não posso falar sobre o caso concreto, ao qual não tenho acesso. Mas temos tido uma série de sinais nos últimos tempos de que realmente o sistema de Justiça está se transformando numa força de exceção, e não de Direito. Está suspendendo os direitos de alguns líderes, entre os quais Lula, e buscando uma condenação a qualquer preço.

São medidas autoritárias, típicas de ditadura, que acabam investindo no interior do regime democrático. É evidente que os objetivos são políticos. Toda exceção se dá com fins políticos. Exceção é o afastamento do Direito para realizar uma intenção política de ataque ao inimigo. Essa é a lógica. A comprovação desse Estado de Exceção se deu com o julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em setembro, quando decidiu que a Operação Lava Jato não precisa seguir as regras de processos comuns e que a conduta do juiz Sério Moro é “incensurável”, validando, portanto, medidas como grampos em escritórios de advocacia, divulgação de interceptações telefônicas envolvendo Dilma Rousseff e Lula, entre outras. Segundo matéria do site Consultor Jurídico, o TRF-4 arquivou (em 22 de setembro) representação contra Moro seguindo entendimento do desembargador federal Rômulo Pizzolatti, relator do caso. 

“É sabido que os processos e investigações criminais decorrentes da chamada operação ‘lava jato’, sob a direção do magistrado representado (Moro), constituem caso inédito (único, excepcional) no Direito brasileiro. Em tais condições, neles haverá situações inéditas, que escaparão ao regramento genérico, destinado aos casos comuns”, justificou o desembargador. Essa é uma declaração de exceção. A exceção está declarada. No caso Lula, o TRF-4 assumiu que está praticando a exceção, que a Lava Jato é um caso excepcional e, portanto, devem ser suspensas as normas gerais no caso, para o juiz atuar como queira. A sociedade tem que “acordar, porque a democracia está indo para o ralo. A vida num Estado autoritário é muito difícil para todo mundo, não só para esse ou aquele.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Os cardeais e o golpista

Logo após o golpista Michel Temer ter aprovado a PEC 241, conhecida como a PEC da Morte, em função dos inúmeros direitos que serão retirados dos brasileiros ao congelar investimentos públicos por 20 anos, os cardeais de São Paulo, Odilo Scherer, e do Rio de Janeiro, Orani Tempesta, foram “abençoar” o usurpador do poder do Brasil. Pobre Igreja Católica no Brasil que vê cardeais lambendo as botas de um golpista, mesmo tirando direitos de todos os brasileiros conquistados à duras penas. A Igreja Católica de D. Pedro Casaldáliga, D. Angélico Sândalo Bernardino, entre outros bispos que dedicaram suas vidas aos pobres, não é a igreja destes dois cardeais. Eles simplesmente viram às costas ao povo brasileiro e pobre ao agirem dessa forma. Estes cardeais avalizam que um golpista promova a morte de inúmeros brasileiros na saúde, deixam milhares fora da escola, outros milhares que não se aposentarão, e assim por diante. A Igreja Católica cometeu um erro histórico sem volta a partir de João Paulo II quando combateu sem tréguas a opção preferencial pelos pobres. Isso fez com que o povo pobre ficasse órfão e caísse no colo das inúmeras denominações evangélicas existentes. A Igreja Católica com esta postura vem se definhando a cada dia, e parafraseando Nelson Rodrigues em uma frase dita nos anos 1970, o “Brasil será o maior ex-país católico do mundo”. Isso acontece em função desta postura reacionária da Igreja Católica que se posiciona a favor dos ricos e poderosos. O papa Francisco I, que tenta modernizar a Igreja e fazer com que volte a atender os pobres, terá muito trabalho enquanto estes cardeais, bispos e padres reacionários e conservadores ainda estarem no interior da Igreja. Me lembro do padre italiano Vito Miracapillo que, no início da década de 1980, se recusou a abençoar uma agência bancária em Recife alegando que os bancos contrariam os ensinamentos de Jesus Cristo. Por isso, foi expulso pelo general Figueiredo do Brasil. Os cardeais e outros membros da Igreja Católica deveriam seguir os exemplos de Vito Miracapillo, bispos e padres que sofreram na carne a violência por lutarem pelos mais pobres.



quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Lula deveria pedir asilo a uma embaixada




Após o golpe de Estado perpetrado no Brasil reunindo os barões da mídia, amplos setores do Judiciário e a elite, a intenção agora é tirar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva de ser candidato à presidência da República em 2018. Para isso, os procuradores e o juiz Sérgio Moro, com atitudes que fazem corar Torquemada, planejam processar Lula e até mesmo sua prisão, assim como de sua família. É uma ópera bufa farsesca. Estamos vivendo a ditadura de juiz que se acha "dono da verdade", que faz uma Justiça seletiva, e quando há inúmeras delações envolvendo amplos setores golpistas do PSDB, PMDB e DEM, simplesmente deixa de lado. É algo próprio de ditaduras. Afinal, os julgamentos são todos farsescos, lembrando-nos do "O Processo" de Franz Kafka. 
Diante desta situação, comungo com a ideia de amplos setores da intelectualidade brasileira de que Lula e sua família deveriam pedir asilo a uma embaixada estrangeira para escancarar de vez o golpe de Estado no Brasil. 
O golpe de Estado perpetrado no Brasil afastou o país da democracia enquanto valor universal; curioso é que os golpistas têm vergonha de assumirem-se golpistas, mas o adjetivo passa a compor de forma indelével suas biografias. Curioso como a direita nega o que é...Não debate, por exemplo, que o golpe brasileiro, travestido de impeachment, repete o método que ocorreu em Honduras. E não se negue que em Honduras ocorreu um golpe de Estado, deposição do presidente de Honduras como tal. 
E há o caso do Paraguai, que guardando similaridades com o golpe de Honduras por certo será caracterizado como um golpe de Estado também. E o caso brasileiro? 
Bem, em seu primeiro comunicado oficial após o afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que faz parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), sugeriu que houve um golpe de Estado no Brasil. A CIDH expressou a sua preocupação frente às denúncias sobre irregularidades, arbitrariedades e ausência de garantias do devido processo nas etapas do procedimento e reconheceu que o julgamento político está previsto em normas de países da América Latina e que pode ser realizado pelo Poder Legislativo em várias dessas nações, mas as garantais mínimas de defesa nos procedimentos devem ser respeitadas, principalmente se esses procedimentos puderam afetar os direitos humanos de uma pessoa e que o cumprimento desses princípios tem particular relevância nos assuntos que versam sobre funcionários públicos eleitos por voto popular, como é o caso da presidente Dilma Roussef. 
Mas o golpe de Estado no Brasil não para no dia 31 de agosto de 2016. Ele prossegue com a retirada de inúmeros direitos da população que vai começar a sentir estes efeitos após as eleições municipais porque o objetivo do governo golpista é justamente evitar o impacto destas medidas no processo eleitoral para os seus candidatos. 
Mas, entre os principais direitos estão um julgamento justo, o que não existe no Brasil destes golpistas. Infelizmente, representantes de uma classe média alta que chegam ao topo do Judiciário e do Ministério Público agem de forma policialesca e ditadorial para entronizar no poder falsários e golpistas que conspiram contra o povo pobre brasileiro. 



sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Jornais que defendem a violência e a repressão

Extremamente lamentável a atitude do que chamam de jornais (?) como "Folha de S. Paulo" e "O Estado de S. Paulo" que defenderam abertamente em editoriais publicados em suas edições do dia 02 de setembro que haja repressão contra os manifestantes que protestam contra o governo (?) ilegítimo de Michel Temer, fruto de um golpe fajuto aplicado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. 
É um absurdo que jornais e órgãos de imprensa defendam que manifestantes sejam reprimidos por exercerem um direito legítimo que é o de ir às ruas protestar já que a Constituição Federal de 1988 garante tal fato a todos os brasileiros. Isso não é democracia e demonstra o caráter fascistóide destes órgãos de imprensa que apoiaram abertamente a ditadura instalada no Brasil em 1964 e agora defendem uma outra - fruto de um golpe de Estado midiático-jurídico e das grandes corporações nacionais e transnacionais. 
É importante lembrar que o "Estado" defendia em 1964 a interrupção da democracia, enquanto a "Folha" fornecia os seus veículos para o transporte de presos políticos para serem torturados nas dependências do DOI-CODI. Estes veículos, que se dizem "pluralistas', agora defendem abertamente a repressão para jovens que querem protestar abertamente contra um governo que se mostra ilegítimo sob todos os aspectos 
Não é segredo para ninguém que a grande mídia apoiou abertamente o golpe de Estado no Brasil, e inclusive, incentivou, através de uma forte manipulação, que as pessoas fossem às ruas "protestar" contra o governo de Dilma Rousseff. Na verdade, tais pessoas não sabiam nem o que estavam fazendo, diante do alto grau de manipulação que acontecia no Brasil, nos lembrando de 64, quando organizações americanas financiavam o golpe no Brasil.
Infelizmente, os jornais não tem nada de pluralistas no Brasil. Ao contrário, oferecem à população brasileira uma voz única, sem que o contraditório exista. A imprensa é isso e o jornalismo que se pratica no Brasil está próximo do esgoto. 
Hoje, se o brasileiro quiser se informar, tem que procurar os blogs progressistas, ou mesmo a imprensa internacional que condena enfaticamente o golpe no Brasil. Infelizmente, estes jornais defendem simplesmente que a polícia venha a reprimir violentamente os estudantes. Parafraseando Roberto Requião, "canalhas", "canalhas"...

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Uma eleição sem graça

Acontece no mês de outubro as eleições para prefeitos e vereadores em todo o Brasil. Nunca vi uma eleição tão sem graça, sem qualquer estímulo ao eleitor. Afinal, qual é o estímulo de se movimentar em torno de  uma eleição onde os candidatos dizem a mesma coisa e todos sabemos que nada do que está sendo dito vai ser colocado em prática. É tudo palavras jogadas ao ar para enganar o eleitor. 
Como escolher um candidato em um país em que não há respeito às normas estabelecidas, principalmente quando se fala sobre o afastamento da presidenta da República, Dilma Rousseff, em um verdadeiro golpe de Estado, sem que ela tenha qualquer acusação contra si. Os senadores (?) disseram que não há vestígios de que a presidenta tenha cometido qualquer tipo de irregularidade, e sim, o impeachment (golpe) é uma decisão política. Pasmem, senhores! Senadores afastam uma presidenta da República alegando questões políticas. É algo absurdo, surrealista e beira a um livro de Kafka. 
O Brasil deverá retroceder, no mínimo, 30 anos com este golpe de Estado que tem por função a retirada de direitos sociais e trabalhistas da população, além de entregar as riquezas nacionais principalmente aos EUA. Deixaremos de ser  uma nação, e seremos, com toda certeza, um protetorado dos EUA, a exemplo do que ocorre com Porto Rico. Isso denota que temos uma elite extremamente reacionária, que só pensa em si, em seus interesses. 
O que vemos hoje no Brasil é um conluio entre os grandes conglomerados de comunicação, uma parte sensível do Judiciário, inclusive o Supremo Tribunal Federal (STF), extremamente acovardado em face dessa situação, uma grande parte do Ministério Público que age como justiceiros e uma classe política carcomida que usa de todos os artifícios necessários para se manter no poder. 
Diante disso, a conclusão que se tira é que se alguém for eleito, e não representar este pensamento político carcomido e ultrapassado, as chances de ser retirado do cargo é muito grande. Afinal, se tiram uma presidenta da República utilizando todos os golpes baixos e imaginários, imagine o que pode ser feito em relação aos demais que ocupam qualquer cargo público. 
A eleição municipal deste ano acontece neste cenário. Povo totalmente desmotivado, principalmente se este impostor que está interinamente na Presidência da República for confirmado. Deverá adotar medidas draconianas contra a população, principalmente a mais pobre, que pagará um preço extremamente elevado. 

domingo, 7 de agosto de 2016

Elite branca é quem assiste aos Jogos Olímpicos

Tenho observado, de vez em quando, algumas partidas de alguns esportes nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Não tenho assistido porque não encontro ânimo para assistir a uma competição deste nível no Brasil dominado por uma gangue de golpistas. Mas, pelo pouco que tive condições de observar, estamos fazendo os Jogos Olímpicos para a elite branca assistir. Quem observar os ginásios, estádios e praças esportivas vai verificar que somente os mais aquinhoados é quem estão assistindo as competições. O povo pobre do Rio de Janeiro - e do Brasil - está longe de assistir tais eventos. 
Infelizmente, são os "coxinhas" com camisas verde e amarelas, da seleção brasileira de futebol, cantando a indefectível música "Sou Brasileiro", é quem está presente. Aquela elite branca asquerosa, que despreza o povo pobre deste país, que ódio por ele, e se pudesse, estaria morando em Miami, é quem está presente nestes locais. 
Estamos vivendo tempos fascistas, voltando perigosamente ao período antes de 1930 quando coronéis davam as ordens. Estamos retornando aos tempos em que o trabalhador não tinha direitos e tinha que se submeter às ordens do patrão. Caso contrário, seria despejado e sua mudança colocada no portão da fazenda. Estamos em um país onde um ministro da Educação recebe um idiota como Alexandre Frota - e sua trupe de babacas - "oferecer" um plano para o ensino brasileiro. Jamais imaginei que veria isso no Brasil. Mas estou vendo e isso me assusta muito. 
Francamente, acredito que o Lula deve ter se arrependido de trazer os Jogos Olímpicos ao Brasil ao observar o que vem acontecendo. Se a ideia original era trazer uma competição onde toda a população brasileira pudesse desfrutar de um megaevento mundial, o que se observa hoje é uma elite carcomida e escravagista assistindo aos jogos nas praças esportivas do Rio de Janeiro. 
O povo pobre e negro está lá enfurnado nas favelas, na expressão máxima de gueto social. É lá que a elite branca quer que este povo pobre fique. Quem deve desfrutar das riquezas do Brasil é uma minoria privilegiada. Quem já teve a oportunidade de assistir aos jogos de futebol no Maracanã pelo Canal 100 até a década de 1980, pode observar desdentados, o povo brasileiro na acepção da palavra, no estádio. Hoje, reformaram o Maracanã para que os mais aquinhoados assistam aos jogos de futebol. A geral foi demolida e expulsaram o torcedor pobre que a frequentava. 
Pobre Brasil. Um país de fascistas que tomaram o poder que vangloriam um juiz fascista do Paraná que não respeita as leis e age como um imperador. 

domingo, 19 de junho de 2016

Que espanto causa o rosto do fascismo

O título deste artigo faz parte do poema escrito pelo músico chileno Victor Jara antes de ser assassinado no estádio Nacional do Chile durante o golpe militar de Augusto Pinochet em 11 de setembro de 1973. Como se sabe, Victor Jara era um dos maiores compositores chilenos, identificado com as causas populares, e por isso, foi barbaramente assassinado. Antes de morrer, ele escreveu um poema épico mostrando os horrores que presenciara no estádio Nacional do Chile quando inúmeras pessoas foram assassinadas pelos militares. 
No Brasil atual, este cenário desolador mostra a face terrível do fascismo. Na semana passada, um grupo de aproximadamente 15 fascistas invadiram o campus da Universidade Nacional de Brasília armados para atacar os estudantes que ali se encontravam. Os alunos da UNB foram ameaçados e sofreram ofensas homofóbicas. O grupo tem um perfil diferente dos alunos: pessoas mais velhas, com roupas pretas e bandeiras do Brasil. Estudantes foram chamados de "maconheiros", "vagabundos" e "gays safados". Uma pequena bomba chegou a ser disparada e os seguranças tiraram o grupo da universidade. 
Como bem diz o jornalista Mauro Santayanna, o fascismo voltou às ruas como tropa de choque da direita. É o fascismo. Um perigo sempre iminente, permanente, persistente, sagaz, que se esconde no esgoto da História, pronto a emergir, como a peste, com sua pregação e suas agressões contra os direitos individuais, a Liberdade e a Democracia, regime que não apenas odeia, como despreza, como um arranjo de fracos e de tolos, desprovidos de mão forte na defesa dos seus interesses. Os interesses de uma elite "meritocrática" e egoísta, ou da elite sagrada, ungida por direito de sangue e de berço, na hora do nascimento. 
O Brasil atual é um país fascista, dominado por uma direita odiosa. Temos uma importante parcela do Judiciário que persegue agentes políticos e pessoas que não comungam com o pensamento da direita. Enquanto José Dirceu, por um crime que não cometeu, foi apenado com 23 anos de detenção, vemos Aécio Neves sendo delatado constantemente por corrupção e nada é feito. 
Várias organizações fascistas surgem e usam o facebook para espalhar suas ideias retrógradas e imbecis, que penalizam principalmente o povo mais pobre. Defendem bandeiras ultrapassadas próprias da Guerra Fria. Mas o fascismo é extremamente perigoso. Que espanto causa o rosto do fascismo. 

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Como se destrói uma Nação

O escritor e historiador José Murilo de Carvalho é autor de uma obra-prima que tem como título "Os Bestializados". 1888: Abolição do trabalho escravo. 1889: Proclamação da República. Neste livro, José Murilo de Carvalho convida-nos a revisitar o Rio de Janeiro em suas primeiras encenações como Capital Federal, Cidade Maravilhosa, se acrescentarmos ao belo, o terrível; ao cômico, o trágico, à lógica, a loucura. 
Cidade mais que imperfeita, palco de políticas oficiais e invisíveis, de enredos conhecidos e mistérios insolúveis. História social e literária, antropologia urbana, crítica cultural, análise política: o autor atravessa com brilho todos esses campos para reconstruir de forma originalíssima os impasses de uma República nascente, que teimam em perturbar ainda o sono das elites brasileiras. Os Bestializados de ontem e de hoje são a face oculta de nosso modernismo: a cidade permaneceu alheia e atônita, buscando perdidamente seus cidadãos. Assim como na época da escravidão e da Proclamação da República, o povo assiste bestializado toda uma tragicomédia sem entender direito o que está acontecendo. Ou sendo manipulado. 
Quem assiste o surreal Brasil atual, imagina estar vivendo um pesadelo. Uma plutocracia que age uníssona para derrubar uma presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos e coloca no lugar um impostor que tem a seu redor uma camarilha das mais perigosas envolvidas em assaltos aos cofres públicos. E esta camarilha começa a agir para mostra a que veio, ou seja, destruir um país. 
Aqueles que assistem bestializados as primeiras medidas deste governo golpista, fica escandalizado. Uma série de medidas que vão retirando direitos básicos dos brasileiros. Todas muitas graves, mas a pior delas, é a desvinculação da receita dos orçamentos municipais, estaduais e federais em relação à educação e à saúde. Para isso, o ministro da Fazenda usa de palavras difíceis que a maioria das pessoas não entende como "desvincular" ou "desindexar". Tais palavras significam tragédias para a população pobre deste país. 
Quando se assiste a um "ministro" da Educação receber em seu gabinete dois trogloditas e idiotas como Alexandre Frota e Marcelo Reis (líder do MBL) para discutir propostas para sua pasta, é algo terrível. Na verdade, o tal "ministro" não tem capacidade para ser diretor de uma escola, imagina, ministro da Educação. Ao receber dois imbecis como estes para dar sugestões à educação brasileira, é algo trágico e cômico. Imagine em que mãos o país foi entregue. 
Mas, vão mexer na aposentadoria dos brasileiros, aumentando a idade para 65 anos. Imagina quem vai conseguir se aposentar em um país onde uma pessoa com 40 anos de idade já é considerada velha para o mercado de trabalho. Vão flexibilizar a CLT para que os empresários possam deitar e rolar, dando golpes nos trabalhadores. 
O significado do "plano econômico" anunciado pelo golpista Michel Temer é um "corte proposto contra a educação, principalmente contra os jovens de hoje e as próximas gerações de estudantes". O corte proposta contra a saúde é também contra as gestantes, as crianças e todos os carentes. 
Na contramão do que é a vontade do país. Na contramão do que o Brasil precisa para deixar de ser este mar de carências e atraso do meio milênio. Na contramão de que qualquer pessoa de um pouco de humanidade e bom-senso sabe que é necessário se queremos ser um país. 
O que está em jogo é a destruição de um país. De uma Nação. Vão entregar as riquezas do pré-sal para a Chevron norte-americana, dinheiro este que deveria ficar para que pudéssemos dar um salto na história. Um golpista que diz saber tratar "com bandidos". Ele sabe o que está dizendo, afinal, está cercado de bandidos. 

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Partidos de esquerda não deveriam participar dessa farsa

O Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Comunista do Brasil (PC do B), o PSTU, o PDT e outros partidos alinhados com o pensamento da esquerda deveriam simplesmente não participar da votação no Senado programada para acontecer até o dia 15 de maio. Afinal, é um jogo de cartas marcadas envolvendo os setores mais reacionários do Brasil nesse golpe de Estado. Participar dessa farsa seria legitimá-la. É impossível reverter esta situação em um Senado - assim como na Câmara - dominado pela grande mídia golpista, amplos setores da burguesia, assim como setores do Judiciário apodrecido nesta aventura. 
O Brasil vive um dos momentos mais tristes de sua história. Inconformados com a derrota para a presidenta Dilma Roussef em 2014, começaram a articular um golpe de Estado que envolve as figuras mais podres da República. No Senado, por exemplo, estão Zezé Perrela (cujo helicóptero de sua empresa carregava mais de 400 quilos de cocaína apreendido em uma fazenda em 2013) e Antônio Anastácia (que praticou mais de R$ 58 bilhões em pedaladas fiscais quando governou o Estado de Minas Gerais), além de outras figuras soturnas como José Serra, e assim por diante. 
Imagine ser julgado por uma turma dessa. Nem Franz Kafka, em "O Processo", escreveria um roteiro tão absurdo como este. Como se sabe, em "O Processo", o personagem principal é acusado em um processo eivado cheio de absurdos. É justamente isso o que acontece com a presidenta Dilma Roussef que poderá ser afastada sem ter cometido crime algum. 
É um golpe de Estado comandado pelos grandes meios de comunicação - com a criminosa Rede Globo à frente, tendo como coadjuvantes "Folha", "Estado", "O Globo" e "Veja". Tais órgãos de comunicação, pertencentes a oito famílias milionárias e defensoras da grande burguesia nacional, viraram partido político e conspiram desde 2003 com os governos do PT. Comandam grandes empresários nacionais e o que existe de mais fascista no Brasil. Por sinal, liberaram os animais fascistas e agora o difícil é colocá-los nas jaulas novamente. 
O que eles querem é liberar um saco de maldades contra a população brasileira, principalmente aquela mais pobre. Vão mexer em direitos dos trabalhadores, com modificações na CLT; cortar gastos com a Educação e Saúde; e terminar com inúmeros programas sociais, principalmente o Bolsa Família e os programas "Minha Casa, Minha Vida" e o "Mais Médicos". Vai ser terra arrasada. Como bem disse o teólogo Leonardo Boff, se o povo pobre soubesse o que vem por aí, simplesmente estaria lotando as ruas de todas as cidades brasileiras. 
São medidas draconianas e absurdas que penalizaram a população. Será um possível governo para os ricos. Por isso, é mais do que hora dos brasileiros saírem as ruas e lutarem contra este golpe de Estado que infelicitará todos os brasileiros. 

segunda-feira, 18 de abril de 2016

O golpe foi televisionado

Em abril de 2002, na Venezuela, após uma série de ataques da mídia local, o presidente Hugo Chávez sofre um golpe e é sequestrado. Uma equipe da TV da Irlanda estava no país desde setembro de 2001, para realizar um documentário sobre o presidente e sua administração popular. Kim Bartley e Donnacha O'Obriain, ao perceberem a movimentação política do país, registraram as manifestações, pró e contra, que culminaram no golpe. Esses registros, com imagens inclusive do interior do palácio, se tornaram o documentário "A Revolução não será televisionada", lançado em 2003. 
A elite venezuelana estava insatisfeita com a administração de Chávez, pois essa reduziu suas regalias. A mídia, principalmente televisiva, noticiava, mentirosamente, fatos contra o presidente, inclusive que chavistas teriam assassinado várias pessoas em um protesto. Nos dias do golpe, foi divulgado que o presidente renunciou, o que era mentira. A TV omitiu o fato de que Chávez não assinou a renúncia e que ele somente se entregou aos golpistas sob a ameaça de que o palácio presidencial ser bombardeado por militares contrários ao regime bolivariano. Naquele momento era impossível que a verdade chegasse ao povo, pois os canais que apoiavam Chávez sofreram sabotagem técnica e ficaram fora do ar. Assumiu, com o apoio da mídia e com toda a arrogância, Pedro Carmona, destituindo os poderes até então constituídos. Os motoboys tiveram um papel importante: levavam as informações para a periferia de Caracas, e 12 horas depois, o povo pobre da Venezuela marchou contra o Palácio, retirando os golpistas e devolvendo o poder a Hugo Chávez. 
No Brasil, a situação foi semelhante, mas inversa. O golpe foi televisionado pelo oligopólio midiatico, capitaneado por uma organização criminosa chamada Rede Globo de Televisão, responsável por uma campanha absurda contra a presidenta Dilma, Lula e o PT, ao lado de outros veículos golpistas como Folha, Estadão, Veja e outros mais. De repente, a burguesia brasileira não admitia mais a redistribuição de renda aos pobres. Como não tem voto, resolveu buscar o atalho ao poder e buscou o golpe. 
Quem assistiu o golpe televisionado teve condições de observar o espetáculo mais deprimente. Deputados envolvidos até o pescoço com corrupção, comandados por um bandido, no caso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, abrindo um processo de impeachment (golpe) contra uma presidenta contra quem não há qualquer acusação. O golpe brasileiro está sendo ridicularizado no mundo todo. A imprensa internacional está fazendo comentários desairosos contra o que aconteceu no Brasil. 
Isso aconteceu porque temos um oligopólio midiático comandado por 11 famílias milionárias que diariamente trabalha contra os interesses da classe pobre brasileira. Conspira, quer manter os privilégios de poucos abnegados e não admite que a senzala tenha direitos. Quer manter a Casa Grande no poder. Caso este golpe se consume, o povo brasileiro vai cair na real e terá condições de observar o pacote de maldades que estão programando contra ele. 
Para encerrar, quero lembrar dos "santos" que votaram contra a presidenta Dilma. Uma deputada lembrou que o Brasil deveria se espelhar no seu marido, prefeito de Montes Claros (MG), um exemplo de honestidade administrativa. Um dia depois, o mesmo foi preso pela Polícia Federal por corrupção na área da saúde. São estes que vão governar o Brasil cujo povo foi enganado até hoje por este oligopólio midiático mentiroso e criminoso. 




.

sábado, 9 de abril de 2016

Vivemos uma ditadura fascista

É terrível dizer isso, mas o Brasil já vive uma ditadura fascista em função das ações de uma direita raivosa e sem escrúpulo. A começar pelos grandes meios de comunicação de massa - que pertencem a oito famílias - que usam uma concessão pública para agredir e difamar um governo legalmente eleito, insuflando a população (a maioria desinformada e facilmente manipulada) a derrubá-lo. A direita fascista usa comumente - como aconteceu em 54 com Getúlio Vargas e 64 com João Goulart - a questão da corrupção. Sempre a mesma coisa. São órgãos de comunicação extremamente concentrados que colocam em risco a democracia no Brasil. É uma campanha insidiosa, diária, comandada pela organização criminosa Rede Globo de Televisão. Ou como os manifestantes mostram cartazes nas ruas - "Rede Golpe de Televisão". 
Se não bastasse isso, temos ainda um Congresso Nacional extremamente conservador, comandado por um chefe de quadrilha, no caso, Eduardo Cunha. Um bandido na acepção da palavra. Vários outros se reúnem em torno dele, todos atolados em corrupções das grossas. Produzem um relatório ridículo, sem qualquer base legal, acusando a presidenta Dilma Roussef de irregularidades que não existem. É alfo kafkaniano. 
Mas, o fascismo já se manifesta nas ruas há muito tempo. E a onda fascista se agrava. Outro dia uma mulher atacou o arcebispo de São Paulo dentro da Catedral da Sé durante uma cerimônia religiosa alusiva à Semana Santa, chamando-o de comunista. Diga-se, que o referido arcebispo é ligado a ala conservadora da Igreja Católica. 
No dia 06 de abril, o frei Sérgio Goergen, conhecida liderança do MPA - Movimento dos Pequenos Agricultores - tomou uma posição ideológica ao receber um panfleto da Fiesp das mãos de um "pato": amassou e jogou o tal panfleto no lixo, já que discorda do golpe contra a democracia em andamento no país e financiado em parte justamente pela Fiesp, que entre outras coisas, paga pessoas pra se fantasiarem de patos e e distribuírem material ofensivo a Presidenta Dilma e a classe trabalhadora. Pois o tal "pato" resolveu ir para as vias de fato com o frei Sérgio. A Polícia Militar do DF resolveu então levar preso o frei Sérgio. Enquanto isto, o "pato" pode continuar solto, distribuindo material ofensivo a Presidenta Dilma. A PM, que deveria proteger todos os cidadãos, resolveu prender o padre e liberar o "pato". Esta onda golpista no Brasil liberou ondas de loucura e ódio jamais vistos. 
Gente batendo em bispos católicos, polícia prendendo padres e gente pacífica e deixando os fascistas agirem com sua usual violência. Some-se a isto a postura pública de muita gente agredindo pessoas verbalmente tanto em redes sociais como presencialmente, chegando ao ridículo da estranha "possessão" da advogada Janaína Pascoal, propositora do processo de impedimento de Dilma. 
A PM do Paraná, junto com jagunços de uma empresa de celulose promoveram uma emboscada nesta semana e mataram dois Sem-Terra. A mesma PM que bateu em professores de forma covarde no ano passado comandada por um governador fascista e corrupto do PSDB chamado Beto "Hitler" Richa. O jornalista Juca Kfouri já foi xingado em frente do prédio onde mora em São Paulo, assim como Jô Soares, e assim vai...
E para concluir, deputados corruptos e a grande mídia querendo fazer valer um processo produzido por uma figura estranha que leva o nome de Jovair Arantes, deputado de Goiás, um bandido com todas as letras. Os brasileiros precisam voltar a razão urgentemente, sob pena de perdermos a democracia conquistada a dura penas. 

sexta-feira, 25 de março de 2016

A manipulação das massas

Estamos em plena sexta-feira santa. É um  momento oportuno para discutir a manipulação das massas. Os grandes meios de comunicação no Brasil, hoje nas mãos de onze famílias, vêm manipulando as massas desde que a presidenta Dilma Rousseff venceu as eleições em 2014. A manipulação das massas é feita de forma inconsciente, com os "meios de escravidão", como bem chama o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Sérgio Caparelli, oferecendo notícias em conta-gotas ao público em prol de um lado e contra o outro. Normalmente, o lado que defendem são as elites, já que são membros destas elites. 
Um grande exemplo de manipulação das massas ocorreu quando da crucificação de Jesus Cristo. Os sacerdotes e fariseus, temendo o poder de Jesus Cristo, conseguiram fazer com que as pessoas que moravam naquela região do planeta à época "entendessem" que Jesus Cristo era uma pessoa extremamente perigosa, e por isso, deveria morrer. Quando Pôncio Pilatos brandou à multidão que estava em seu palácio quem queriam que soltassem - Jesus Cristo ou Barrabás - esta mesma multidão não titubeou e escolheu um bandido para ser solto. E gritavam em uníssono para que Pilatos autorizasse a crucificação de Jesus Cristo, o que ocorreu. 
Nos nossos tempos, a mesma coisa acontece quando uma emissora de televisão - a organização criminosa Rede Globo -, aliada a outros títeres menores como "Folha de S. Paulo", "Estado de S. Paulo" e "Veja" - também incitam a massa contra a presidenta Dilma Rousseff, contra quem não há qualquer acusação, e escondem verdadeiros bandidos da política nacional, como Aécio Neves, José Serra e outros perigosos. Além dela própria, já que está devendo R$ 1 bilhão para a Receita Federal e tem uma mansão construída na ilha de Parati com dinheiro de paraíso fiscal, entre outros crimes. 
Esta massa sai às ruas gritando palavras de ordens sem saber o que está fazendo. Várias reportagens publicadas durante manifestações mostram que muitas pessoas desconhecem o  por quê estão nas ruas. E manipulam a opinião pública com falsas informações ou as escondendo quando atingem "nobres" membros da oposição. 
Em uma sociedade capitalista como a nossa o conteúdo presente nos grandes meios de comunicação condiz aos interesses das classes dominantes. Sendo assim, a maior parte das mensagens transmitidas é ideologizada pelas elites. Mensagens estas que serão mais bem sucedidas à medida que o cidadão comum não se dê conta de seu caráter ideológico. Em outros termos, conforme enfatizou o pensador esloveno Slavoj Zizek, a mediação ideológica atinge os fins colimados quando as pessoas não a percebem. 
Não há como negar que a mídia ocupa um papel importante na sociedade contemporânea. Entretanto, no Brasil, os grandes veículos de comunicação estão concentrados nas mãos de poucas famílias que, embora não tenham o mesmo poder e influência de outras épocas, ainda decidem que tipo de informação a maioria dos brasileiros deve receber e quais não devem por não terem relevância jornalística ou por não atraírem o interesse do público consumidor. 
Desse modo, para que a mídia possa contemplar a pluralidade de ideias ou, como sugeriu Jurgen Habermas, aproximar-se de ser um mecanismo privilegiado da esfera pública que gere visibilidade para as demandas de diferentes grupos, é necessário que, questões como a democratização dos meios de comunicação, restrição de propriedades cruzadas de veículos midiáticos, regulamentação da programação e o incentivo de surgimento de rádios comunitárias sejam colocadas em pauta. 
Por outro lado, é importante salientar que as mudanças no âmbito dos meios de comunicação de massa, isoladamente não alteram a realidade. Utilizando um termo marxista, a mídia não é uma infraestrutura que determina outras instâncias sociais. É inócuo pensar em uma melhor qualidade da programação midiática, por exemplo, sem fomentar uma organização social composta por cidadãos que tenham amplas possibilidades de desenvolver pensamentos críticos ou que não precisem se preocupar com questões básicas de existência. Portanto, levando-se em consideração que a  mídia condiciona e é condicionada por outras áreas, não faz sentido algum falar em melhorias no sistema de comunicação em larga escala sem propor um projeto sólido de mudança global da sociedade. 


quinta-feira, 17 de março de 2016

Se houver golpe, não será indolor

É claro que há um golpe midiático e judiciário no Brasil. Imagino que a presidenta Dilma Rousseff deveria denunciar isso à comunidade internacional. Os golpistas são os grandes meios de comunicação que defendem os privilégios de uma elite arcaica e escravagista. Na verdade, os adversários à direita da presidenta Dilma pretendem resgatar o projeto neoliberal que vigorou no país nos anos 1990. Propõem a flexibilização de direitos trabalhistas e o fim das vinculações orçamentárias para a área da saúde e da educação, até retirar da Petrobrás a prioridade na exploração do pré-sal e abrir as portas das estatais para a privatização. 
Como é difícil arregimentar adeptos para tal plataforma, nas ruas, a oposição, vinculada com grupos midiáticos e setores do Judiciário, recorre ao tema do combate à corrupção que tem impacto popular. E, com o discurso da corrupção, eles neutralizaram ou atraíram setores populares para a campanha golpista. Hoje tem setores populares que estão neutralizados diante dessa campanha ou foram atraídos para ela por causa do discurso da corrupção, que é o discurso ao qual recorrem as minorias que não podem expor seus verdadeiros programas. 
O pior, no entanto, é que a retórica da moralidade é apenas isso: retórica. E claro que não podemos acreditar nesse discurso à medida que ele é seletivo. Se eu falo que luto pela corrupção, mas só luto contra a corrupção de um lado, então não é contra a corrupção que eu estou lutando. E é isso que está acontecendo no Brasil. Lamentavelmente, a organização criminosa Rede Globo - e asseclas - anestesiam a população com um discurso moralista que, na verdade, esconde os seus verdadeiros objetivos. 
O golpismo que ninguém sabe onde vai dar. A ofensiva contra o mandato da presidenta Dilma deve ser classificada como um golpe. Desde a vitória de Dilma nas eleições de 2014 a oposição busca pretextos para retirá-la do cargo. Primeiro, questionando o resultado das eleições, depois, alegando defeitos na prestação de contas da campanha, em seguida, veio o argumento das tais pedaladas fiscais. 
Então são sucessivos e distintos motivos, com um único objetivo, que é depor a Dilma. Além disso, procuram criminalizar o ex-presidente Lula para que não concorra nas eleições de 2018. Perfeito o golpe. E a população anestesiada por estes bandidos. A única coisa que há de verdade é isso. O resto é pretexto. Então, não merece credibilidade. Eles querem é anular o resultado eleitoral de 2014. É um golpe branco, como foi o do (ex-presidente Fernando) Lugo no Paraguai. 
Entretanto, é necessário alertar para os riscos que podem vir dessa estratégia da direita. que passa por cima da Constituição. Essa investida pode ter consequências imprevisíveis até para a oposição. Com o golpe, eles não querem uma ditadura, querem uma nova eleição - ou o Aécio ou (Michel) Temer: enfim, aí varia. Mas uma coisa é o que eles planejam, o que eles querem ou desejam. Outra coisa vai ser o resultado histórico dessa monstruosa agitações que eles estão fazendo e dessa operação arriscada de rasgar a Constituição que eles estão fazendo. 
A UDN apoiou o golpe de 1964, com a expectativa de que haveria eleição para presidente em 1966. Carlos Lacerda era candidatíssimo, se considerava praticamente eleito. Mas não foi como eles esperavam., não combinaram com os militares e os militares ficaram no poder. Lacerda, em 1968, estava na Frente Ampla contra o governo militar. Então as coisas não saem como planejadas. 
Portanto, se houver golpe, não será indolor. 
Diferente do cenário em que se deu o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, uma investida contra o mandato de Dilma não passará em brancas nuvens. Haverá resistência e a sua repressão pode levar o país a uma situação imprevisível. Não vai ser uma operação indolor como foi a substituição do Collor pelo Itamar. E, em não sendo, vai haver atrito e, em havendo atrito, a coisa pode tomar um rumo que eles mesmos não estão imaginando agora. 
A deposição de Dilma, vai haver resistência sindical, do MST, dos estudantes e partidos. Aí você chama a PM para conter. Pode não bastar. Aí você decreta estado de emergência. Quer dizer, a coisa vai complicar muito mais do que eles estão planejando.  
Os trabalhadores é que vão pagar o preço mais alto dessa conta. Será uma política de terra arrasada. E, dessa forma, os sindicatos deveriam estar nas ruas e panfletando suas categorias alertando para o perigo que os espera. Isso porque estão anestesiados pela organização criminosa Globo e asseclas da Grande Mídia, junto com setores fascistas da sociedade e do Judiciário. 

sábado, 5 de março de 2016

A falta que faz um Brizola

Leonel Brizola foi, sem dúvida, um dos maiores brasileiros que este país já teve. Tentou a Presidência da República três vezes, mas não obteve sucesso, o que foi uma pena, em função da perseguição que sofria da Rede Globo de Televisão, esta organização criminosa. Brizola teve um papel fundamental no golpe de 1964 quando criou a Rede da Legalidade para garantir a posse do presidente João Goulart, e depois propôs a resistência contra os golpistas a partir do Rio Grande do Sul. João Goulart cometeu um erro político sem fim ao não permitir a resistência. Teríamos condições de ter feito um acerto de contas contra esta elite preconceituosa e escravagista que existe no Brasil. Preferiu fugir para o Uruguai e, dessa forma, evitar uma guerra civil. Brizola ficou com mágoas de Jango justamente por não ter tido a coragem de lutar. 
Evitamos uma guerra civil, mas milhares de brasileiros foram torturados e mortos durante o regime militar, e inúmeros outros tiveram que ser exilados, inclusive, Leonel Brizola. O III Exército já tinha aderido a luta pela manutenção de Jango Era só autorizar e Brizola teria enfrentado os militares. Foi uma perda histórica sem fim que até hoje enfrentamos as consequências. Esta elite que não quer perder os seus interesses, que se acham no direito de querer um golpe de Estado. 
Imagino Leonel Brizola vivo e, mesmo já com idade avançada, enfrentaria estes fascistas, a exemplo do que fez em 1964. Ele não temia a luta e enfrentava esta canalhada fascista sem medo. Uma pena que o Brasil tenha tanta falta de Brizola. Com certeza, teríamos uma Frente em Defesa da Democracia contra os golpistas. 
Espero que os verdadeiros democratas desse país tenham o espírito de Leonel Brizola e enfrentem a situação com coragem. Não tenha medo dos fascistas. É hora de luta. 

terça-feira, 1 de março de 2016

Uma Polícia Federal sem controle


A queda do mais inepto ministro da Justiça da República, José Eduardo Cardozo, mostra um legado terrível para o Brasil. O país tem uma polícia Federal que se transformou em uma polícia política, sem controle que persegue um grupo político, no caso, o PT, e fecha os olhos para a roubalheira denunciada envolvendo amplos setores do PSDB e outros setores conservadores da sociedade. A PF se transformou em uma polícia própria de uma ditadura em uma democracia. 
A PF escondeu o nome do senador José Serra (PSDB-SP), que constava no relatório da perícia do celular do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato. Em compensação, age abertamente contra figuras de governos petistas. Na eleição de 2014, integrantes do órgão criaram no Facebook uma página, onde fizeram campanha veemente contra a presidente Dilma Rousseff, inclusive com manifestações de ódio ao PT. 
O advogado criminalista Patrick Mariano disse recentemente que a "PF se tornou um aparato estatal poderoso, seletivo, ideologicamente, que desrespeita direitos individuais". E ele diz com todas as letras que "a autonomia absoluta, total, da PF foi o canto de sereia pelo qual o projeto petista se deixou levar". E diz que "a PF é um Departamento do Ministério da Justiça e como tal deve ser tratada e gerida. No governo Lula se criou essa ideia de autonomia, só que na época havia um controle maior do que hoje". 
A PF hoje não tem qualquer controle da sociedade civil, e no ritmo atual de ilegalidades e arbitrariedades, o órgão caminha para ser uma nova Pide - a Polícia Política Portuguesa - ou simplesmente ingovernável. 
Atualmente, assistimos ao vazamento seletivo das delações premiadas feitas em segredo de Justiça e à colocação de grampos em celas da Polícia Federal, onde estão presos pessoas acusadas na Lava Jato. É impressão ou se está passando por cima de garantias constitucionais como na ditadura? 
Assim como o "mensalão" - uma farsa tão evidente que no futuro deixará os pesquisadores alarmados, tal a facilidade de detectá-la - a "Lava Jato" se apoia em dados tão frágeis do que a convicção de um cínico. 
O ponto de partida de suas diatribes são declarações de ex-funcionários corruptos da Petrobras dando conta da formação de um cartel de empreiteiras para participar de contratos da empresa - prática, aliás, contumaz e que atingiu não só a Petrobrás (o metrô de São Paulo é outro exemplo, para citar um caso de dimensões semelhantes ao da Petrobrás). 
Na investida sobre as empreiteiras, com métodos criminosamente coercitivos, o juiz Moro conseguiu, em suas delações premiadas forçadas por prisões em escala, apenas confissões de que o dinheiro não saiu da Petrobrás, mas dos lucros dos contratos obtidos pelo cartel. Não há, em todas as delações, nenhuma afirmação de que o dinheiro saiu da estatal ilegalmente. Desse lucro, uma parte foi para doações aos partidos políticos, sendo que o único perseguido, o Partido dos Trabalhadores (PT), foi, entre os grandes, o que menos recebeu recursos dessa fonte. 
Como todos os partidos tiveram suas contas aprovadas pela Justiça Eleitoral, o que resta são ilações, suposições e acusações infundadas. Ninguém da "Lava Jato" se deu ao trabalho de pedir uma auditoria nas contas desses partidos para rastrear as alegadas ilegalidades. Tudo simples, tudo fácil de compreender. Mas a mídia bateu tanto nessa farsa comandada por Moro que a população em geral não tem a menor ideia do que realmente vem acontecendo. E foi na esteira dessa "desinformação organizada", como dizia Umberto Eco, que o juiz do Paraná decidiu dar seu passo mais ousado, ligando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva às tais empreiteiras. Moro age com a missão de fazer a caça entrar na mira dos atiradores - nesse caso Lula e a mídia. 
Foi assim que Moro montou em Curitiba a sua versão da "República do Galeão", como ficou conhecida a Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, quando lá foi montado, em agosto de 1954, um aparato da Aeronáutica para interrogar suspeitos no atentado da rua Tonelero, que feriu o udenista e golpista Carlos Lacerda e matou o major da Força Aérea Brasileira (FAB), Rubens Vaz. Os interrogatórios transcorriam em meio à crise do governo e às acusações de corrupção e aumentavam a pressão sobre o presidente Getúlio Vargas, que resultou em seu suicídio. 
A mídia conseguiu destilar tanto veneno contra Lula que boa parte da população começa a acreditar em suas parolas. É o ódio gratuito, com tantas vezes grassou na  história brasileira. Ódio ao povo, aos de baixo, aos negros e índios que tentam entrar no clube do poder. Lula é um expoente típico desse povo. Nem no sítio ele pode pisar; os caçadores estão sempre de arma em punho para completar os serviços do juiz de Curitiba. 
O problema é que a tendência humana é a de acreditar muito mais do que se vê do que no que se lê - ou se ouve. Dai a repetição e a renovação da roupagem das "denúncias" numa velocidade estonteante. Para encobrir a realidade, quanto mais manchetes funéreas, melhor. Investigar é bem diferente deste encontro do estardalhaço com a inutilidade, uma patifaria que já entrou para o folclore como símbolo da vigarice que norteia a mídia brasileira. 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Torquemada do Paraná


Tomás de Torquemada, conhecido como o "O Grande Inquisidor", foi o inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão no século XV e confessor da rainha Isabel, a Católica. Ele famosamente descrito pelo cronista espanhol Sebastián de Olmedo como "O Martelo dos Hereges", a luz de Espanha, o salvador do seu país, a honra do seu fim". Torquemada é conhecido por sua campanha contra os judeus e muçulmanos convertidos da Espanha. O número de autos-de-fé durante o mandato de Torquemada como inquisidor é muito controverso, mas o número mais aceito é normalmente é 2.200. Após a sua morte, o seu túmulo foi destruído e queimado. 
Pois é, atualmente, temos no Brasil um juiz que se alvora como "inquisidor". Porém, apenas para um lado. A sua conduta na "Operação Lava-Jato" rompe com toda a segurança jurídica que se pode oferecer a um cidadão. É quando um juiz usa o poder que tem em mãos para perseguir adversários políticos. O pior disso é que este juiz transformou a Polícia Federal em uma polícia política, algo parecido com os Doi-Codi na época do regime militar. Com uma diferença. 
No governo militar, o então senador Teotônio Vilela visitava os presídios onde estavam pessoas condenadas por questões políticas sem qualquer problema. Por incrível que pareça, os militares possibilitavam que o grande senador das Alagoas vistoriasse os presídios políticos e denunciasse o que acontecia lá dentro ao Brasil. 
Na Polícia Federal do inepto ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Vara de Guantánamo de Curitiba (PR), sob o comando de Moro, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, deputado Paulo Pimenta, foi impedido de adentrar na carceragem da Polícia Federal em Curitiba onde se encontram presos pessoas investigadas pela "Lava-Jato". Nada contra investigações e punições àqueles que cometeram delitos de corrupção, mas todos devem ter seus direitos garantidos perante a lei. Caso isso não aconteça, estamos em uma ditadura. 
Tudo veio a nu com a Carta Aberta dos Advogados publicada recentemente, com o menor destaque possível na chamada "Grande Imprensa" que é beneficiada diariamente com vazamentos de depoimentos e delações de presos. O que é um crime. Se é segredo de Justiça, como acontecem vazamentos. Se há vazamentos de depoimentos, é porque há alguém na Polícia Federal ou na Vara de Moro que vaza tais informações para a chamada "Grande Imprensa". 
Chega de contemporizar com os vazamentos e o "sistema Moro" instalado em Curitiba. O governo tem a responsabilidade de investigar os vazamentos. Descoberto o vazador, processá-lo pelo crime cometido. É preciso perseguir o crime dos vazamentos como se persegue um crime de pedofilia, de terrorismo, um sequestrador. Os vazamentos em curso são criminosos. Como um sequestro. Quem vaza esses documentos comete um crime. Como um sequestrador. Quem tem que ser punido. 
Até hoje, a Polícia Federal, a sede da sedição, não descobriu a origem de nenhum vazamento. Assim como descobriu quem grampeia mictório de preso, nem quem vendeu delação a banqueiro.Quem é o "japa bonzinho"? Como não descobriu o dono do jatinho em que viajava Eduardo Campos quando do acidente em Santos. Porque é preciso passar detergente na Polícia Federal, da cabeça aos pés.  O delegado geral da Polícia Federal, Daiello, tentou impedir o corajoso - "esse sim" - juiz De Sanctis de deflagrar a Operação Satiagraha. É necessário trocar todos os diretores regionais da Polícia Federal. 
Como bem diz o corajoso jornalista Paulo Henrique Amorim, "a começar pela 'força tarefa tucana" da PF instalada em Curitiba". Agora, como fazer isso com um ministro inepto, como é o caso de José Eduardo Cardozo. 
Impossível. Ele é refém da PF. Além de inepto. Tirar o ministro da Justiça é a preliminar desse processo que se exige, mais do que nunca. Especialmente depois das denúncias feitas pelos advogados, em sua Carta. É uma afronta ao Estado de Direito o que vem acontecendo em Curitiba. A investigação e punição dos vazamentos permitirá chegar ao "Teólogo da Vazação", o juiz Moro. Porque é ele quem prega a suposta "transparência" como instrumento da Justiça. A "transparência" seletiva, entregue na bandeja a Rede Globo, Veja, Estadão e Folha de S. Paulo para que estes órgãos da grande imprensa façam, aos seus modos, a seleção da seleção. É a "transparência" do "Não vem ao Caso" como este juiz vive alardeando aos quatro cantos. Moro não está acima da Lei.