sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Torquemada do Paraná


Tomás de Torquemada, conhecido como o "O Grande Inquisidor", foi o inquisidor-geral dos reinos de Castela e Aragão no século XV e confessor da rainha Isabel, a Católica. Ele famosamente descrito pelo cronista espanhol Sebastián de Olmedo como "O Martelo dos Hereges", a luz de Espanha, o salvador do seu país, a honra do seu fim". Torquemada é conhecido por sua campanha contra os judeus e muçulmanos convertidos da Espanha. O número de autos-de-fé durante o mandato de Torquemada como inquisidor é muito controverso, mas o número mais aceito é normalmente é 2.200. Após a sua morte, o seu túmulo foi destruído e queimado. 
Pois é, atualmente, temos no Brasil um juiz que se alvora como "inquisidor". Porém, apenas para um lado. A sua conduta na "Operação Lava-Jato" rompe com toda a segurança jurídica que se pode oferecer a um cidadão. É quando um juiz usa o poder que tem em mãos para perseguir adversários políticos. O pior disso é que este juiz transformou a Polícia Federal em uma polícia política, algo parecido com os Doi-Codi na época do regime militar. Com uma diferença. 
No governo militar, o então senador Teotônio Vilela visitava os presídios onde estavam pessoas condenadas por questões políticas sem qualquer problema. Por incrível que pareça, os militares possibilitavam que o grande senador das Alagoas vistoriasse os presídios políticos e denunciasse o que acontecia lá dentro ao Brasil. 
Na Polícia Federal do inepto ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Vara de Guantánamo de Curitiba (PR), sob o comando de Moro, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, deputado Paulo Pimenta, foi impedido de adentrar na carceragem da Polícia Federal em Curitiba onde se encontram presos pessoas investigadas pela "Lava-Jato". Nada contra investigações e punições àqueles que cometeram delitos de corrupção, mas todos devem ter seus direitos garantidos perante a lei. Caso isso não aconteça, estamos em uma ditadura. 
Tudo veio a nu com a Carta Aberta dos Advogados publicada recentemente, com o menor destaque possível na chamada "Grande Imprensa" que é beneficiada diariamente com vazamentos de depoimentos e delações de presos. O que é um crime. Se é segredo de Justiça, como acontecem vazamentos. Se há vazamentos de depoimentos, é porque há alguém na Polícia Federal ou na Vara de Moro que vaza tais informações para a chamada "Grande Imprensa". 
Chega de contemporizar com os vazamentos e o "sistema Moro" instalado em Curitiba. O governo tem a responsabilidade de investigar os vazamentos. Descoberto o vazador, processá-lo pelo crime cometido. É preciso perseguir o crime dos vazamentos como se persegue um crime de pedofilia, de terrorismo, um sequestrador. Os vazamentos em curso são criminosos. Como um sequestro. Quem vaza esses documentos comete um crime. Como um sequestrador. Quem tem que ser punido. 
Até hoje, a Polícia Federal, a sede da sedição, não descobriu a origem de nenhum vazamento. Assim como descobriu quem grampeia mictório de preso, nem quem vendeu delação a banqueiro.Quem é o "japa bonzinho"? Como não descobriu o dono do jatinho em que viajava Eduardo Campos quando do acidente em Santos. Porque é preciso passar detergente na Polícia Federal, da cabeça aos pés.  O delegado geral da Polícia Federal, Daiello, tentou impedir o corajoso - "esse sim" - juiz De Sanctis de deflagrar a Operação Satiagraha. É necessário trocar todos os diretores regionais da Polícia Federal. 
Como bem diz o corajoso jornalista Paulo Henrique Amorim, "a começar pela 'força tarefa tucana" da PF instalada em Curitiba". Agora, como fazer isso com um ministro inepto, como é o caso de José Eduardo Cardozo. 
Impossível. Ele é refém da PF. Além de inepto. Tirar o ministro da Justiça é a preliminar desse processo que se exige, mais do que nunca. Especialmente depois das denúncias feitas pelos advogados, em sua Carta. É uma afronta ao Estado de Direito o que vem acontecendo em Curitiba. A investigação e punição dos vazamentos permitirá chegar ao "Teólogo da Vazação", o juiz Moro. Porque é ele quem prega a suposta "transparência" como instrumento da Justiça. A "transparência" seletiva, entregue na bandeja a Rede Globo, Veja, Estadão e Folha de S. Paulo para que estes órgãos da grande imprensa façam, aos seus modos, a seleção da seleção. É a "transparência" do "Não vem ao Caso" como este juiz vive alardeando aos quatro cantos. Moro não está acima da Lei.