sábado, 25 de março de 2017

Ricardo Pinheiro, PT e flexibilização da CLT

O ex-prefeito Ricardo Pinheiro, do PSDB, deu uma lição nesta semana ao PT e aos sindicatos de trabalhadores em Assis. Em função das discussões envolvendo as contas municipais, a atual administração espalhou out-doors pela cidade denunciando que recebeu uma herança difícil, com uma dívida em torno de R$ 60 milhões.
Imediatamente, Ricardo Pinheiro emitiu uma nota, postou-a na Internet e gravou um vídeo, espalhando-o pelas redes sociais, refutando os argumentos da Prefeitura. Além disso, Pinheiro devolveu na mesma moeda espalhando out-doors pela cidade enfrentando os argumentos da atual administração. Não cabe à mim dizer quem está certo ou errado porque desconheço critérios contábeis de contas municipais e não sei se foram deixadas dívidas ou não.
O que analiso é que política é enfrentamento. E Ricardo Pinheiro, neste aspecto, fez isso muito bem, não ficando entocado, enquanto recebia fortes críticas da atual administração. Ele teve a coragem de enfrentar esta situação o que não aconteceu com o pessoal do PT no processo do golpe contra a presidente Dilma Roussef. O PT – assim como em Assis – não defendia a sua presidente através da batalha da comunicação, adotando um silêncio sepulcral enquanto o PSDB e os partidos de oposição ruminavam dia e noite contra a ex-presidente. O jornalista Paulo Henrique Amorim dizia que era irritante o silêncio do PT que se recolheu e ficou entocado enquanto a ex-presidente ia para o cadafalso.
O mesmo acontece agora com a flexibilização da CLT. Estão instaurando a escravidão novamente no Brasil, e em Assis – e em todo o Brasil – os sindicatos de trabalhadores adotam um silêncio irritante. Deveriam no outro dia,  após o projeto passar pela Câmara, convocar coletivas de imprensa e denunciar esta monstruosidade. Deveriam pagar matérias pagas nos jornais e emissoras de rádio denunciando este absurdo. Deveriam ter espalhado out-doors pela cidade denunciando este golpe que fará com que o trabalhador brasileiro passe a ser um escravo moderno. No entanto, o que se vê é um silêncio sepulcral. Somente alguns discutem tal situação através do facebook, naquilo que se chama de esquerda caviar.

Os sindicalistas deveriam ler o Capitão Carlos Lamarca, que deixou o Exército durante o golpe de 64 e se enveredou pela luta armada para defender o povo brasileiro daquela monstruosidade que praticaram contra a democracia. Ele dizia que se for covarde na política, os seus adversários – e inimigos – te destruirão em pouco tempo, e não sobrará pedra sobre pedra. Os sindicalistas, que ficam em posições confortáveis em suas salas com ar condicionado, daqui a pouco tempo não terão mais trabalhadores para defender com esta absurda flexibilização da CLT.